
No fundo de nossa alma habitam monstros que a muito custo se mantêm em silêncio. Esses monstros, quando o mundo silencia, surgem na superfície mostrando o ridículo de nossa batalha diária.
Entre as funções da civilização, uma é a tentativa de calar esses monstros criando ritos, rituais, festas para celebrar a frágil vitória contra essas criaturas deformadas, atormentadas pelo completo desinteresse pela vida.
A verdade é que não há como civilizá-los, a não ser ensiná-los que eles não têm lugar no mundo dos vivos e que, por isso, devem sucumbir à rotina da infelicidade.
Como norma da vida.
(Luíz Felipe Pondé)
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