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A CIGARRA MORTA
OLEGÁRIO MARIANO
(1889-1958)
Ontem, Cigarra, quando veio a aurora,
acordei a vibrar com a tua vinda.
A tua voz tinha, de espaço fora,
notas tão claras que eu a escuto ainda.
Glorificando a luz consoladora,
cantaste, e enfim tua cantiga é finda.
Tenho nas minhas mãos, inerte agora,
teu corpo cor de mel. Cigarra linda.
Foste feliz, porque te deram esta
garganta de ouro. Assim, de palma em palma,
passou, num sonho, a tua Vida honesta...
Vendo-te, os meus sentidos se levantam,
esperando a cantiga de tua alma,
que as almas das Cigarras também cantam...
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