sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O QUESTÃO 5



E a moral da história?, dessa hás de gostar: é que, por mais desgraçada que vez por outra pareça essa vida, podemos rir dela à vontade – espera-nos a outra, a verdadeira. Paz na Terra aos homens de boa vontade – e alegria aos homens de bom humor. O humor liberta, liberta como o amor. “Ama e faz o que quiseres!”, exclamava Agostinho. E mais: podes também, antes, deves amar a ti mesmo à vontade. Não há vaidade nem hipocrisia nisso. Mas desde que – e eis a condição que purifica de todo veneno! – desde que ames ao próximo como amas a ti mesmo – assim dizia aquele galileu, o judeu abençoado Jesus Cristo. (So, “all we need is love?” No, certainly not! We also need God… But that’s another story). E quanto ao humor? Aquele homem também dizia que temos de nos tornar como crianças; então olha para elas, e com elas aprende a olhar a vida: Olha e ri do que quiseres! Pro quinto dos infernos com os politicamente corretos!, gente incorrigivelmente sem graça. Ri dos outros – isso os libertará. Mas tenta, na medida do possível, rir com eles, e não deles, como se diz às crianças. Envolva-os com teu humor. E, mais importante, a condição fatal sem a qual tudo se infecta: aprende a rir de ti mesmo com a mesma facilidade com que ris do teu próximo. Ri com humildade, ó “criatura da terra”. Sim, porque és feito do mesmo barro que todos nós, e as tolices e ilusões da tua vaidade e hipocrisia são tão ridículas quanto as de qualquer outro. (O HUMOR NOS TEMPOS DA CÓLERA por Marcelo Consentino)

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