quinta-feira, 30 de junho de 2011

OS MUROS GRITAM 5.

"ARTE" NA RUA #50

Seguimos detonando a arte feita nas ruas.
Sem nenhum medo de ser feliz.
E como diria o velho verdão:
"Quanto mais bravo, mais forte o Hulk fica!!!"

quarta-feira, 29 de junho de 2011

LOCAL #15

Cruzamento de morte hein?!

"ARTE" NA RUA #49

Sempre (sic) gostei do Batman. Mas, muito mais do Coringa.



Gostaria que o Jerry Lewis tivesse feito o Coringa no cinema.

terça-feira, 28 de junho de 2011

MINHA BIC ESPERTA.

Juan Francisco Casas: O Mestre da Caneta Bic



Quem diria que um objeto tão popular criado por John J. Loud em 1888 seria um valoroso instrumento artístico nas promissoras mãos do artista Juan Francisco Casas Ruiz.

Sim, me refiro a uma modesta caneta esferográfica, a vulgar Bic Cristal, que mal conseguimos ter uma caligrafia bonita, Juan consegue extrair o que parece impossível.

Detentor de uma aparência descontraída, Juan Francisco Casas confunde todos os incautos com seu currículo repleto de premiações e graduações, que inclui um doutorado em Bellas Artes pela Universidade de Granada na Espanha.

Desde 2002, Casas é representado pela Galeria Fernando Pradilla (Madri, Espanha) e pela Galeria El Museo (Bogotá, Colômbia), contudo, suas colaborações se estendem a muitas outras galerias que transladam os oceanos.



A vida boêmia deste jovem artista espanhol serviu-lhe de inspiração para criar estas realistas obras em tinta azul.



O talentoso trabalho de Juan Casas não está restrito apenas a Espanha, poderemos apreciá-lo em inúmeras galerias ao redor do mundo, inclusive na Coréia.



Juan revela em cada traço e espirro do aerógrafo o combustível que move seu ser: festas, sexo e muito deboche.

"ARTE" NA RUA #48

Si quiero mamma mia.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

EU QUERO CHOCOLATE!!!

CHOCOLATE é quando um time vence bem (e foi), geralmente por um placar elástico (e foi) ou jogando com dribles desconcertantes (e foi), fazendo o adversário ficar só olhando (e foi).
Foi 5 X O.
Busca lá no fundo Rogério Ceni "100" gol ontem!!!



“Como no futebol, na arte se deve fazer coisas espontâneas, com a marca do amor e com entusiasmo, para se emocionar e emocionar as pessoas.”
Bela frase, né, velhinho? É do pintor que levou a emoção da arte ao futebol e do craque que levou à arte a emoção do futebol.

Francisco Rebolo Gonzalez nasceu na Mooca pouco tempo depois de seus pais terem chegado da Espanha. Tinha 8 anos e levava a marmita para o irmão, José, pintor de paredes e amigo de Antônio Pereira – um dos operários que acabava de fundar, no Bom Retiro, um club de football.

Rebolo foi se interessando pelas duas coisas: a pintura e a bola. Na primavera, velhinho, ele aprimorou uma técnica naive e espontânea que fez dele uma mistura de Norman Rockwell com Edward Hopper, embora tivesse no gene a arte indômita de Goya e de Picasso – virou pintor de painéis evocativos de cenas rurais e urbanas nas mansões dos novos-ricos do café. Com Volpi, seria o pioneiro de arte povera no mundo, tendência que teve como ímã aqui no Brasil o Grupo Santa Helena, de artesões de mãos calejadas.

Nas peripécias da bola, Rebolo se revelou um ponta veloz e determinado, revezando-se com Gambarotta no tricampeonato de 1922/3/4 – o primeiro conquistado por um esquadrão na Liga Paulista. À época, meu caro velhinho, essa convergência Rebolo-Corinthians transcorreu naturalmente, mas seria mais ou menos como esperar ver um dia Robert Rauschenberg servindo de pitcher para o New York Yankees.

O Corinthians de Rebolo ficou ensanduichado entre a iniciação dele no São Bento e sua aposentadoria no Ypiranga, mas foi no alvinegro que o coração do artista sempre esteve, até 77 anos. A pedido da diretoria, fez, de bom grado, o novo distintivo do clube, que, ao se mudar para a Zona Leste, em 1926, primeiro passo para instalar-se na Fazendinha, posteriormente Parque São Jorge, passava a ser também “de regatas”.

Rebolo incluiu os dois remos na insígnia e criou o que eu chamaria, velhinho, de um collector’s item. Nosso complexo esportivo tem o rio Tietê a banhar-lhe os pés, e é compreensível que o futebol do Timão precise dividir as atenções com o hábito das competições aquáticas, que vêm, desde então, sendo praticadas nesse rio límpido, cristalino – uma versão melhorada, velhinho, do Tamisa.

Quem sabe, numa escapada sua por aqui, a gente não se aventure a uma regata?

Trecho do livro CORINTHIANS É PRETO NO BRANCO, de Washington Olivetto e Nirlando Beirão.

PS: No livro é “Ed” e não “velhinho”.

ELE SE DIZ ATEU (SIC)!!!

Tem uns elementos neutros que se dizem ATEUs. ?!?!?!
Quando a água bate na bunda (e ela sempre o faz), chamam ¿por quá?
Como dizia o grande Cacique Jacó:
"O verdadeiro MACHãO tem que sentir a JABA entrar. Queres?!"



A estética do ateísmo chocho ou “Justin Bieber não é ateu?”
por francisco razzo

De uns tempos pra cá um tipo de ateísmo vem ganhado força… ok, vou pular o início da história! A questão é bem clara: como esse ateísmo novo é chocho! Não que não haja grandes ateus, mas faz tempo que não desponta um intelectual ateu que faz as colunas do templo balançarem.

Qual o último grande intelectual ateu que temos registro? (não vale os atores da novela das oito!) Claro, eu sei, o risco de colocar uma pergunta como essa é ouvir respostas do tipo: Dawkins!

Não vamos negar, há grandes intelectuais ateus. O que mais me incomoda sem dúvida é Albert Camus. Incomoda-me tanto que às vezes parece que estou lendo um cristão! Mas Camus é das antigas. Tudo bem que suas questões filosóficas permanecem dolorosamente atuais. “Il n’y a qu’un problème philosophique vraiment sérieux: c’est le suicide”.

O que aconteceu é que o ateísmo aderiu a uma estética chorosa. Dos meus doze aos vinte e cinco anos fui ateu. Antes dos doze não há muito o que julgar, a vida de uma criança não pode ser avaliada ou penalizada pelas suas escolhas, no máximo, estudada!

Entrei no ateísmo depois das aulas de ciência, afinal, não era possível Deus ter criado “tudo aquilo” em seis dias e descansar no sétimo, e aquelas história que ouvia na Igreja, de Evas e Marias, Pedro, Paulo João e José, oras, me pareciam coisas pra boi dormir.

Aos quinze estava lendo os malditos, digo os poetas. E o sentimento trágico da vida começou a fazer sentido. Depois, foi lendo Alberto Caeiro que realmente me dei conta que Deus não existia.

Creio que irei morrer.
Mas o sentido de morrer não me move,
Lembro-me que morrer não deve ter sentido.
Isto de viver e morrer são classificações como as das plantas.
Que folhas ou que flores têm uma classificação?
Que vida tem a vida ou que morte a morte?
Tudo são termos onde se define.


Não precisava “sair do armário”, não precisa de “um dia do orgulho ateu”, bastava olhar pra mim mesmo e tomar consciência de homem. Só o ateísmo niilista é digno de ser levado a sério. Primeiro, Nietzsche (o herói de toda garotada metida a “emo”). Brincadeira, Gaia Ciência é quase o melhor livro que já li! E Zarathustra, depois de Flores do Mal, o melhor poema!

Voltando ao ateísmo niilista, e ao sorriso maroto de Alberto Caeiro: ele é o único que realmente perturba todas as nossas convicções. Não é ceticismo de mesa de bar! Isto é simples, mas extremamente perturbador: O universo não é uma idéia minha. A minha idéia do Universo é que é uma idéia minha… A noite anoitece concretamente. E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso. O que uns caras precisam de pilhas e pilhas de livros e sermões científicos, Fernando Pessoas consegue resumir numa única tacada! Gênio? Pode ser… mas bocó, jamais!

Não sei se é por ter passado dos trinta que esse tipo de ateísmo novo me dá uma impressão de ser chocho perto de “uns caras aí”. Eu já achava demais levar a sério gente como Sagan, Dawkins ou Harris, mas descobri que ainda existe um porão no fim do poço:



Dia do orgulho ateu

É um costume antigo escolhermos um dia do ano para celebrar aquilo que achamos importante. Além das datas de eventos históricos relevantes, existe um extenso calendário de dias com motivos religiosos, além de datas cívicas e comerciais para lembrar pessoas, profissões, atividades e idéias. Como resultado, todos os dias do calendário têm coisas a serem comemoradas, com graus de mérito bastante variáveis.

Reconhecendo esse fato, grupos minoritários há muito vêm lançando datas para marcar sua luta pela igualdade e pelo respeito, e contra o preconceito e a discriminação, como é o caso do dia da Consciência Negra e o dia do Orgulho Gay. À peimeira vista, a palavra orgulho pode parecer fora de contexto, mas ela é uma tradição sólida entre as minorias, ao menos desde que se começou usar a expressão black pride (orgulho negro) nos Estados Unidos, há mais de quarenta anos. A ela se associou um dos slogans fortes da época, "I'm black and I'm proud" (sou negro e tenho orgulho disso), eternizada em 1968 pela homônima canção de James Brown.

Nesse contexto, falar em orgulho não é uma maneira de se dizer superior, apenas uma maneira de afirmar que não somos inferiores. Falar em orgulho é importante quando existe uma idéia socialmente difundida de que a sua identidade é intrinsecamente negativa e deve ser motivo de vergonha. Esse é o caso dos negros, é o caso dos homossexuais, e também o caso dos ateus. Falar em "orgulho ateu" é dizer que temos orgulho de sermos quem somos. É dizer que nosso ateísmo é uma parte integrante de nossas posições perante o mundo, e que é uma vergonha que muitos de nós se sintam obrigados a esconder sua identidade para serem plenamente aceitos em seu círculo familiar, social ou profissional. É dizer que os ateus também são cidadãos e merecem, sim, respeito.

Cabe lembrar aqui uma importante distinção entre pessoas e idéias. Muitos ateus entendem que algumas crenças religiosas, ou todas elas, não merecem respeito. E isso é um direito deles. Há idéias que simplesmente não são respeitáveis, como a de que negros são inferiores, ou a de que a Terra é plana -- embora possamos, é claro, discordar de quais idéias exatamente não são respeitáveis. Da mesma maneira, os religiosos podem crer que o ateísmo não é uma posição respeitável, no sentido de que ela não se sustenta, não corresponde à verdade ou coisa similar. Mas isso é coisa muito diversa de dizer que os ateus não merecem respeito, o que é tão errado quanto dizer que os cristãos não merecem respeito.

Já existe uma comunidade no Orkut dedicada ao dia do orgulho ateu, onde se votou por estabelecer o dia do ateu em 12 de fevereiro, aniversário de nascimento de Charles Darwin, o eminente biólogo que deu uma das mais significativas contribuições isoladas ao conhecimento humano, que ao mesmo tempo o impeliu do cristianismo ao agnosticismo. É claro que essa escolha pode ser criticada, e há várias outras opções. Mas isso não importa. Em última análise, a escolha de um dia é perfeitamente arbitrária e qualquer parte do calendário é tão boa quanto as demais.

O importante é trazer o assunto à discussão, na sociedade e na imprensa. É termos um dia para refletirmos e fazermos refletir, para falarmos com amigos e lhes enviarmos mensagens de email, para sair do armário e parar de sentir vergonha, para lembrar que você não está sozinho e que existem pessoas como você lutando por um mundo melhor.

Ações de calendário

Assim como o dia do orgulho ateu, há outras propostas ligadas ao calendário para as pessoas que não têm religião. Judeus e muçulmanos, por exemplo, têm seu próprio calendário, e não é difícil entender por que é difícil de aceitar um calendário que celebra a crença de que o universo surgiu magicamente há menos de dez mil anos, como é o caso da cronologia judaica. Esse é um erro de um milhão de vezes, semelhante a imaginar que a distância daqui ao Sol é de 150 quilômetros, ao invés de 150 milhões de quilômetros. Mas isso não os impede de continuar celebrando, e a mídia de continuar cobrindo o fato regularmente sem qualquer menção crítica.

Por que então não deveríamos criar o nosso próprio calendário? Essa é a idéia do Universal Atheist Calendar, que propõe como zero o início real do universo como o conhecemos, há cerca de 13 bilhões de anos. Existem outras propostas como a Darwin Era, que se baseia no ano de publicação da primeira edição da Origem das Espécies, em 1859. Há muitas outras alternativas, é claro.

Seja qual for o calendário, ele pode comportar as mais diferentes celebrações seculares. Uma das possibilidades é o Newtal, a comemoração do nascimento de Newton, no dia 25 de dezembro. Podemos continuar usando a árvore, mas pendurando maçãs para nos lembrarem da lenda sobre a formulação da lei da gravitação universal. E deixar uma cópia da sua obra-prima, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, aberta logo abaixo, para nos lembrar de grandes conquistas intelectuais da humanidade. Já existe até uma comunidade do orkut dedicada à data, que surgiu originalmente em países de língua inglesa como Newtonmas.



A estética do ateísmo chocho II – A Banalidade do Banal
por francisco razzo

Comentei no post anterior que o ateísmo novo é chocho! E por uma razão simples, promove um modo de vida banal cuja espessura é… nula. Como medir a espessura de uma proposta de weltanschauung? Afinal, o ateísmo novo é uma proposta radical de “visão de mundo”.

Se adotarmos um critério puramente estético e, nesse sentido, relativista, a única coisa que podemos afirmar a respeito do ateísmo novo é o quanto sua proposta é banal e de péssimo gosto! Comparado com a literatura o ateísmo novo seria algo do tipo “auto-ajuda”, comparado com música, algo como “Restart”.

O critério para se medir a espessura de uma boa proposta de visão de mundo só pode ser um, o quanto ele nos aproxima da realidade. Aliás, esse é a finalidade última da boa filosofia. E resgatar a realidade não pode ser uma tarefa banal.

Claro que na maior parte do tempo, nossos diálogos reais e cotidianos nos botecos da vida, ou até mesmo em chiques auditórios de grandes universidades, com muito esforço, parimos boas banalidades. O problema é quando se começa a levar muito a sério tais banalidades, aí parimos coisas como o ateísmo novo, forró universitário, multiculturalismo, pós-modernismo…

É na vagueza de uma conversa de bar que revelamos o pior de nós mesmos. Na pior das hipóteses construímos um sistema de mundo, e no porão do fim do túnel, agimos segundo os princípios de tal sistema.

Por que não é possível filosofar do zero? Nossas banalidades não permitem, somos definitivamente pessoas mais para bobas que dizem excessivamente coisas bobas do que para gênios. Quando propomos um novo “sistema de crenças”, é inútil não dialogar com a tradição. Não se é conservador por capricho, mas por suspeita!

Como diz Rémi Brague, na sua impecável defesa da história da filosofia: “Uma situação de diálogo realmente bem-sucedida é um fenômeno extremamente artificial. E parceiros de diálogo realmente interessantes são demasiadamente raros. Poderiam ser obtidas coisas muito mais excitantes se pudéssemos falar com pessoas como Aristóteles, Kant etc. Ora, é exatamente isso que a história da filosofia torna possível: ao nos tornar acessíveis os pensamentos desses gigantes [...] ela fornece à discussão filosófica o mais indispensável de todos os seus ingredientes, a sabe, parceiros dignos, parceiros muito mais interessantes que nós mesmos, pequenas pessoas simples.”

O novo ateísmo é expressão máxima da banalidade do banal justamente porque acredita piamente na novidade da sua proposta. Acredita piamente que tal banalidade é coisa séria! Escondido num falatório até bem articulado, oras divertido, muitas vezes bem sucedido em sua retórica, exigente em seus direitos, enfim, que vão conquistando fãs tal como o novo grupo de pseudo-pop-rock-punck-rebeldes-coloridos conquista moçinhas mais jovens. “E isso realmente é uma puta falta de sacanagem!”

Um dos bons testes para saber a espessura de uma boa visão de mundo é a sua durabilidade, o quanto supera um modismo. A medida da veracidade de uma proposta de cosmovisão, de um sistema de crenças, é aquele que consegue superar a asfixia da montanha da linguagem ideológica, dos lugares comuns, dos conceitos parasitas de uma época.

Um exemplo, que me despertou a atenção, pelo grau de servilismo political correctness, foi o comentário que recebi a respeito do meu texto anterior: “É uma resposta tentando não ser preconceituosa e educada, mas as minhas coisas são bobagens e as suas não. Assim que nasce um Hitler.”

Além, evidentemente desse argumento, batizado por Leo Strauss (olha só, um filósofo ateu!), de ad Hitlerum, minha resposta não poderia ser outra: “Não, pode ter certeza que Hitler não acha a questão judáica uma bobagem! O problema foi ele ter levado a sério demais questões das quais ela não tinha menor capacidade de compreender. Um Hitler não nasce das nossas bobagens, um Hitler nasce diante da incapacidade de um número considerado de pessoas perceberem quando se tem um imbecil “comandando” ou dizendo o que é melhor pra elas.“

É por isso que eu fecho esse pequeno solilóquio com a última do Bule Voador, que mais uma vez nos brinda com um inestimável material para nossas pesquisas “pneumopatológicas”. Pra não perderem tempo, ir direto ao minuto 14. (é, sério, uma hora de Bule ninguém merece!) Bulecast nº1 – Humanismo Secular from Bule Voador on Vimeo.

"ARTE" NA RUA #47

Todos procuram por seus casulos perfeitos.

domingo, 26 de junho de 2011

COISAS QUE LI #1



Bicicleta é rejeição a status, diz David Byrne em entrevista
FABIO VICTOR
DE SÃO PAULO

O David Byrne que vem para Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) só cantará no chuveiro.
Quem diz é o próprio, em entrevista à Folha. Apesar de ser mais conhecido aqui por sua música, desde que liderou a banda Talking Heads nos anos 70/80, e por sua relação intensa com o Brasil (revigorou Tom Zé e Mutantes), o tema de sua nova visita é bicicleta, ou o seu espaço na cidade.
Autor de "Diários de Bicicleta" (R$ 49, 336 págs.), lançado no Brasil no fim de 2009 pelo selo Amarilys, da editora Manole, o escocês radicado em Nova York, 59 anos, estará no último dia da Flip (10/7, às 11h45). Na mesa "Tour dos Trópicos", debaterá com o especialista em transporte urbano Eduardo Vasconcellos.
No dia 12, estará em São Paulo para discutir mobilidade urbana no Sesc Pinheiros.
A morte do empresário Antonio Bertolucci, atingido por um ônibus enquanto pedalava em São Paulo, ocorreu após o envio das questões por escrito (foi encaminhada depois uma questão adicional, que Byrne não respondeu).
Mas ele falou sobre a raiva descontrolada por trás de casos como o do motorista que atropelou um grupo de ciclistas em Porto Alegre. Disse que também se irrita com atitudes de ciclistas. "Mas nem por isso os atropelo!"
O artista, que já desenhou suportes para bicicletas que hoje estão espalhados por Nova York, conta que não levará um modelo dobrável a Paraty, como costuma fazer nas viagens.
"As companhias aéreas estão muito rigorosas. Mas com sorte consigo alugar uma e dar umas voltas pelo litoral."

Folha - O título "Diários de Bicicleta" remete aos "Diários de Motocicleta" de Che Guevara. É uma maneira de dizer que cicloativismo é uma forma de guerrilha?
David Byrne - O titulo tem um pouco de brincadeira, também --a bicicleta é consideravelmente menos macho que uma moto, mesmo uma caindo aos pedaços como era a dele [Che].
Se é uma forma de ativismo? Sim, da forma mais profunda possível. Representa, para mim, uma decisão silenciosa de ter uma vida mais humana diante de um mundo que frequentemente nos seduz com o oposto --progresso e novidade que temos de comprar. É também uma rejeição de status --o que torna isso quase antidarwiniano.

Como o cicloativismo pode mudar a realidade?
É um pequeno passo. Como alguém que decide não comer carne em toda refeição. Muito pequeno, mas que funciona. Não calculei quanto economizei ao abrir mão de um carro, mas desconfio que foi bastante, especialmente aqui em Nova York.

Embora você tenha estado várias vezes no Brasil e tenha uma relação forte com o país, não há nenhum capítulo brasileiro nos seus "Diários de Bicicleta". Por quê?
Não pedalei muito [no Brasil] --uma vez em São Paulo, um pouco no Rio, uma vez na Bahia. Poderia ter exagerado o quanto andei de bicicleta para escrever principalmente sobre o meu interesse em todas as coisas do Brasil, mas seria meio falso parecer que eu tivesse explorado essas cidades de bicicleta.

Como foi o convite e por que topou vir à Flip? Qual a sua expectativa para o festival? Pretende falar apenas de bicicleta, ou haverá espaço para música e para literatura? Há alguma chance de você cantar?
Acho que o pessoal da Flip soube que eu estava fazendo esses eventos sobre bicicletas e cidades em outros países e que meu giro sul-americano pra fazer isso seria na mesma época do festival --o qual eu já conhecia, claro--, então perguntaram se eu tinha como levar isso para a Flip.
É meio inusual --não vou ler meu livro e hesito em chamá-lo de literatura--, mas deve haver debate e troca de ideias. Não é ruim misturar disciplinas, juntá-las um pouco. Não acho que vou cantar em nenhum momento, exceto no chuveiro.

Li que em toda viagem você leva uma bicicleta dobrável. Levará uma a Paraty?
Não, as companhias aéreas estão muito rigorosas. Mas com sorte consigo alugar uma e dar umas voltas pelo litoral.

Mas você sabia que Paraty é uma cidade histórica cujo centro é pavimentado com pedras que não convidam a pedalar?
Mas é uma cidade pequena, então caminhar será legal.

Depois da Flip você participará em São Paulo de uma conferência sobre bicicletas e urbanismo [um fórum no Sesc Pinheiros no dia 12]. Poderia dar mais detalhes a respeito?
O evento de São Paulo será mais típico. Um evento como esses inclui um representante do governo municipal, um [órgão] ativista local de novas formas de transporte, um historiador ou urbanista e eu. Cada um faz uma apresentação curta e então abre-se para perguntas e respostas. A maioria das perguntas normalmente são dirigidas à pessoa da prefeitura (que em alguns casos é o prefeito), o que é bom, pois mostra que o público está mais interessado em melhorar sua própria situação do que comigo.

São Paulo acaba de atingir a marca de 7 milhões de veículos e conta, segundo dados de entidades do setor, com apenas 57 km de vias para bicicletas, boa parte delas dentro de parques. O que você sabe sobre a cidade em relação a isso e como vê a situação?
A cidade é enorme, se espalha por toda parte, então ir de um lugar a outro de bicicleta não é realmente possível. Talvez seja possível com uma combinação entre trem e bicicleta (se os trens tiverem espaço para bicicletas)... E, se algumas pessoas trabalharem ou tiverem vida social relativamente perto de suas casas, então fica relativamente fácil fazer redes locais.
Embora as ciclovias em parques sejam maravilhosas --eu as uso aqui [em Nova York] para cruzar a cidade sem pegar muito trânsito--, não resolvem a questão do transporte público.
Tendo a ver as bicicletas como um meio de locomoção, como parte de uma rede de transporte (trens, ônibus, troles), e não em primeiro lugar como forma de diversão, esporte ou exercício. Fazer mountain bike ou ciclismo é legal, assim como pedalar aos domingos no parque, mas essas atividades tendem a ser encaradas como algo à parte de nossa vida, sem estarem integradas à nossa rotina diária.

Você cita no livro que o tráfego de bicicletas em Nova York cresceu 35% entre 2007 e 2008. O que é preciso para uma cidade alcançar isso?
Não sou especialista nessas estatísticas --algumas ciclovias estavam surgindo naquela época, mas muitas mais ainda não saíram--, então não tenho certeza. Eu desconfio que era o zeitgeist.

Você viu o vídeo em que um motorista atropela um grupo de ciclistas em Porto Alegre em fevereiro? O que acha dessas coisas?
Sim, eu vi isso. E também houve casos em que a polícia de NY tratou ciclistas desse jeito. Há aí muita raiva. Eu mesmo me irrito com ciclistas que não param no sinal, que competem desrespeitosamente com pedestres ou que pedalam na direção errada. Mas nem por isso eu os atropelo!

No livro você critica os projetos de Le Corbusier para cidades em meio a uma rede de vias expressas. O que acha de Brasília (e de Niemeyer e Lúcio Costa) nesse aspecto?
Bem, embora Nimeyer tenha projetado prédios bonitos e espetaculares, me parece que Brasília não é uma cidade que socialize as ruas --pelo menos não na área planejada que eles criaram. Le Corbusier tem a famosa frase: "Temos de matar a rua". Esses arquitetos odiavam o caos das ruas, a falta de ordem --mas há nisso vida e criatividade também. Uma rua viva é como um recife de coral --há todo tipo de coisa acontecendo ao mesmo tempo, há ordem, mas não uma ordem imposta. Em vez disso, há uma ordem emergente, que surge naturalmente da interação dos seus habitantes.

No final dos "Diários de Bicicleta" você menciona a influência de "Verdade Tropical", de Caetano Veloso, para seu livro. Poderia explicar melhor?
O livro de Caetano, com seus muitos desvios e digressões, e o de WG Sebald ("Os anéis de Saturno" [também citado]) --que usa um passeio pelo interior da Inglaterra como um fio ligando um monte de estórias à história--, foram inspiração e modelos para o que eu esperava que meu livro pudesse ser. Senti que seguir uma linha de pensamento, de interesse e curiosidade, pode ser semelhante a como nós descobrimos o mundo em nossas vidas, e embora as conexões racionais não sejam sempre claras, o caminho ainda pode soar natural e familiar.

Como a sua experiência de ciclista influencia seu trabalho artístico?
Não muito, embora a experiência [de pedalar] signifique que eu posso parar e o olhar para alguma coisa, alguém ou algum lugar sempre que eu quiser. Eu às vezes então tiro uma foto --que não é propriamente arte, mas uma forma de anotação visual.

Quais os seus atuais trabalhos artísticos/musicais? Tem planos de tocar ou exibir algum trabalho no Brasil?
Gostaria de ter levado minha última turnê ao Brasil. A crise econômica impediu. Bem, tentarei na próxima. No momento trabalho em outro livro, desta vez sobre música. Também estou trabalhando numa espécie de musical sobre Imelda Marcos [ex-primeira-dama das Filipinas] e a revolta popular que removeu os Marcos do poder. Deve demorar um ano até terminar, mas começamos uma oficina amanhã. Bem excitante.

Você revigorou Tom Zé e ajudou a revalorizar os "Mutantes". Que artistas brasileiros atuais lhe agradam? Pensa em lançar algum deles?
Deixei para Yale Evelev continuar com o selo que comecei [Luaka Bop]. Não sei dos planos dele em relação a artistas brasileiros.
Lenine, Tiê, Tulipa, Céu, Fino Coletivo, Cidadão Instigado... Há muita coisa que gosto entre o que ouvi recentemente!

"ARTE" NA RUA #46

As "fadas" também estão nos muros.



Segue um bate-papo animado:



Juca Böes: Essa mulher tem quantos anos, 97?

Vitor Diel: Ah, vai. Ela tem razão.

Juca Böes: Se por "razão" tu quer dizer "papo totalmente retrógrado", concordo plenamente.

Vitor Diel: Hehehehe. Boa. Mas leia a íntegra da entrevista. Vais entender por que concordo com ela.

Juca Böes: Fã de Daniela Mercury e que vai lançar um livro onde "cada capítulo tem uma bela ilustração colorida". PASSO.

Vitor Diel: Ah, cara. Que preconceito bobo. Camille Paglia é uma das maiores pensadoras do feminino no século XX. Dê uma chance, vai.

Juca Böes: Sim, eu li a entrevista.

Juca Böes: Preconceito bobo é o dela com as artes atuais. Fala mal da fotografia nos filmes. LOUCA

Juca Böes: E o papo sobre videogame, tem que ver isso aí.

Vitor Diel: Em 2009, fui a um debate na Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre sobre adolescência. Uma das pautas era a influência do videogame na visão de mundo dos jovens: a virtualização da vida, a perda de referências sobre o outro, a popularização dos vídeos feitos em celular com embates físicos em escolas e sua relação com os jogos eletrônicos. É algo muito sério e inédito na história da humanidade que está formando nossos jovens. Isso é um pouco do que ela pretende discutir.

Juca Böes: Concordo em partes com essa história toda que tu cita, mas me referia à outra parte na qual ela cita o videogame:

Juca Böes: "Eu me preocupo com essa geração que cresceu com os videogames. Eles veem o mundo em termos de ciberespaço. Não com o material concreto, pintura, escultura. Eu estou escrevendo esse livro e me pergunto: onde estão os principais artistas?"

Juca Böes: Há pouco tempo, a NEA colocou o videogame como uma forma de arte.

Vitor Diel: Báh, concordo absolutamente com ela. A popularização do virtual se sobrepôs às artes clássicas que trabalhavam com o material, a pedra, o barro, coisas tangíveis com limitações claras. A pós-modernidade acabou com os limites e os videogames como uma referência cultural é um reflexo disso. Também acho videogames uma forma de arte, mas muito mais arte aplicada do que qualquer outra coisa. Usa técnicas de cinema, composição musical, fotografia ― elementos que, por si só, são arte, mas os APLICA como instrumentos de um produto. A Publicidade faz isso o tempo inteiro.

Juca Böes: ‎"Num bosque pode haver 30 tons diferentes de verde. Os jovens nunca viram isso. Isso é um problema enorme. As sutilezas, as sombras na pintura."

Juca Böes: SÉRIO? O que ela vê? Filmes, fotos e o próprio videogame trabalham muito bem com tudo isso que ela cita.

Vitor Diel: Ela tá falando do material em oposição ao virtual. São suportes diferentes que influenciam na obra. O meio altera a mensagem.

Juca Böes: Sim, meu, mas tu consegue pegar todas essas nuances que ela coloca como material superior e colocar nas obras modernas. O que se produz hoje em dia não é feito no Paint.

Juca Böes: É aquele típico papo de "na minha época, a música que se escutava é que era A boa.".

Juca Böes: Daqui a pouco ela é contra as guitarras na música também.

Vitor Diel: Eu te entendo. Mas acho que ela tá apontando um caminho: talvez nossa cultura contemporânea tenha colocado o virtual, com seus mundo de videogames, Photoshop, CGI e ausência de limitações, como referência DO QUE EXISTE, em substituição à materialidade. É na materialidade que a vida humana acontece, é ali que, historicamente, nossos valores são construídos: valores de belo e justo. Acho que ela aponta para uma alteração nessa construção de valores de belo. É uma discussão necessária. E, a propósito, ela não é careta, não! Nos anos 90, era uma das maiores defensoras da Madonna. Elas romperam relações há alguns anos, mas Camille Paglia e Madonna era uma dupla que representava muito para a cultura popular.

Juca Böes: Hoje em dia ela crítica a Lady Gaga.

Juca Böes: Só li essa entrevista, nem conheço ela.

Juca Böes: De qualquer forma, uma tela pintada é tão intangível quanto uma tela de computador.

Vitor Diel: Ela diz ― e eu concordo ― que a Lady Gaga é vazia até não poder mais. Mas não condeno: é reflexo dos nossos tempos de virtualização, smartphones, videos feitos em celular, arquivos que são cópia da cópia da cópia da cópia. Isso tudo altera o SIGNIFICADO das coisas que constituem a experiência e a formação humanas. É de se pensar, velho. Talvez ela tenha, de fato, insistido demais na questão dos videogames, nesta entrevista. Mas é uma questão importante. ninguém sabe mais o que é a COISA porque tudo é REPRESENTAÇÃO da coisa. Essa parada é séria, velho

Juca Böes: Cara, acho que ela falou até pouco dos videogames. Só usei como exemplo de algo que tem um das coisas que ela crítica que falta, a paleta das cores, as sombras, o cuidado técnico.

Vitor Diel: Liga pra ela.

Juca Böes: Pega o Max Capacity, por exemplo. Certo que ela acha ele muito raso.

Juca Böes: Discordo sobre as multicópias.

Vitor Diel: Tu acordou a fim de discordar de mim. Eu entendo e aceito.

Juca Böes: DISCORDO.

Juca Böes: Eu discordei dela e tu discordou de mim.

Vitor Diel: Hahahaha. Desculpe, não quis te deixar nervoso, confuso e arrependido. Vou comer. Fui.



Entrevista – Camille Paglia
Publicado em 30 de março de 2010


Reconhecida intelectual norte-americana, Camille Paglia fala à CULT de feminismo, homossexualidade, política e cultura pop

Gunter Axt

De seu grande livro de estreia, Personas sexuais, publicado no Brasil em 1990, ao recente Break, Blow, Burn, antologia comentada de 43 poemas, ainda inédito por aqui, a historiadora da arte e da cultura Camille Paglia tornou-se conhecida pela importância de sua obra e pela sua combatividade em muitas controvérsias nas quais se envolveu. Formada pela Universidade de Yale e professora no Philadelphia College of the Performing Arts, na Pennsylvania, a nova-iorquina de ascendência italiana é considerada uma das principais teóricas do assim chamado pós-feminismo, sendo reconhecida no ranking da revista Foreign policy como uma das intelectuais mais influentes do planeta.

Seu método acadêmico é erudito, comparativo e descritivo. É, portanto, a partir de sólida base – a reflexão sobre a religião comparada, sobre a apropriação simbólica das artes ou sobre a maneira pela qual uma obra artística foi produzida – que Camille produz ensaios de grande repercussão midiática. Apesar da elaborada formação clássica, Camille interessou-se pela cultura popular, valorizando o tema da cultura de massas no ambiente acadêmico.

Camille visitou quatro vezes o Brasil. Em 1996, promovendo o lançamento de seu Vampes e vadias, foi ao Rio de Janeiro e a São Paulo, em companhia de sua então companheira Alison Maddex. Em 2007, conferenciou em Porto Alegre e, em 2008, em Salvador. Retornou a Salvador em fevereiro de 2009 para curtir o carnaval baiano. Declara-se apaixonada pelo Brasil.

Na entrevista a seguir, Camille Paglia fala de Madonna, de Michael Jackson e de Daniela Mercury. Discute a política norte-americana e comenta seu mais recente trabalho publicado nos Estados Unidos. Fala ainda de casamento gay, da adoção de crianças por casais gays e de religião.

CULT – Seu último livro, Break, blow, burn, é um comentário de 43 poemas. Como foi que você selecionou esses poemas e que método usou para analisá-los?

Camille Paglia – O livro é uma mistura de poemas ingleses famosos e obscuros. Ele vai de Shakespeare a Joni Mitchell, cuja canção “Woodstock” abordo como uma ode à natureza durante os revolucionários anos 1960. Eu queria alcançar as massas que já não leem poesia e que agora são absorvidas pela TV, pelos videogames e pela internet. O livro tornou-se, surpreendentemente, um best seller nos EUA – o que demonstra que de fato há um anseio por beleza e por sentido que não tem sido satisfeito pela nova tecnologia.

CULT – Como você analisa os primeiros meses do presidente Barack Obama?

Camille – Eu apoiei Obama nas eleições primárias do Partido Democrata e doei dinheiro para a sua campanha. Acho que ele está ocupando seu cargo com autoridade e dignidade e que sua esposa, Michelle, se tornou uma vigorosa e elegante primeira-dama. Infelizmente, a crise econômica mundial que o presidente herdou fez com que seus primeiros meses fossem muito turbulentos. Eu não acho que suas nomeações, em especial na área da economia, tenham sido tão boas quanto deveriam. O resultado foi uma primeira semana desastrosa, em que Obama permitiu passivamente que o Congresso aprovasse um pacote de incentivo econômico tão grotesco e extravagante que fez com que o desmoralizado Partido Republicano ressuscitasse. Num piscar de olhos, Obama perdeu toda a esperança de governar de maneira unificadora na estrutura bipartidária.

Fiquei satisfeita com seu discurso no Cairo, que tratou de curar as divisões entre o Ocidente e o mundo muçulmano, mesmo que alguns detalhes tenham me parecido ingenuamente otimistas ou historicamente imprecisos. A atmosfera política nos Estados Unidos voltou ao partidarismo amargo e feroz.

CULT – E quanto a Hillary Clinton, cuja campanha presidencial você criticou?

Camille – Eu era uma fã de Hillary quando ela apareceu na cena nacional durante a primeira campanha presidencial de Bill Clinton, em 1992. Achei que ela era uma mulher forte e franca. Mas depois me decepcionei com sua megalomania à Evita, com seus sigilos paranoicos e seu gerenciamento amador da reforma da saúde em 1993. As duas administrações de Clinton foram uma cadeia de escândalos autoinduzidos. Quais eram as qualificações de Hillary para a presidência, além de ter sido casada com Bill? As feministas a adoravam, mas ela nunca conseguiu nada por si própria.

CULT – Na sua opinião, o que Michael Jackson representa para a cultura pop?

Camille – Como a Madonna, Michael Jackson decaiu lentamente do ofuscante cume de seu brilho artístico. Historiadores da música estudarão quanto os álbuns mais importantes de Michael deveram à sua colaboração com o produtor virtuoso Quincy Jones. Michael fez muito pouco de grande música depois que a parceria com Jones acabou. Michael é uma de muitas estrelas infantis admiráveis, como Judy Garland, que tiveram problemas na transição para a vida adulta e acabaram se tornando viciadas em drogas.

Michael era muito talentoso e, apesar disso, deleitava-se com produções exageradas em que se apresentava arrogante como um mártir semelhante a Cristo. um gângster pomposo ou um líder de esquadrão fascista. Ele era um dançarino maravilhoso, mas nunca evoluiu para além de um conjunto nuclear de passos de marionete e aquele ilusório “moon walk”. Seu repertório vocal também cessou de se desenvolver – a emoção sincera era truncada por grunhidos e soluços sufocados. Todos nós intuíamos as agonias acerca de sua raça e de seu gênero sinalizadas pelas cirurgias plásticas que ele fazia compulsivamente. Menos perdoável era a maneira com a qual ele tratava seus filhos, mentindo sobre sua paternidade e forçando-os a usar máscaras em público. A ironia é que, agora que Michael morreu, nós podemos rever todo o corpus de sua obra e aproveitar e celebrar o que nele há de soberbo e de melhor. Não há dúvida de que a vida mais autêntica de Michael se deu no palco. Todo o resto foi um caos.

CULT – Você já criticou o casamento gay. Por quê?

Camille – Por 20 anos, tenho clamado pela substituição de todo casamento, homossexual ou heterossexual, pela união civil. O Estado, que governa os direitos de propriedade, deve ser estritamente separado da religião e não deve jamais sancionar sacramentos religiosos. Pessoas que querem a bênção de uma igreja devem se sentir livres para ter uma segunda cerimônia na igreja que escolherem. Eu acredito que os ativistas gays dos Estados Unidos cometeram um sério erro estratégico ao reivindicar o casamento, porque a palavra “casamento” é muito associada à tradição religiosa e gera uma revolta entre os conservadores. Em vez disso, os ativistas deveriam se concentrar nos benefícios específicos injustamente negados às uniões gays. Por exemplo, nos Estados Unidos, se um gay morre, seu parceiro não recebe os benefícios do seguro social, que, no caso das uniões heterossexuais, vai automaticamente para o parceiro. Isso é uma afronta! Mas esse ponto tem sido deixado de lado pelos ativistas gays por conta do seu entusiasmo pela quimera reacionária do “casamento”. Uma visão de esquerda autêntica (como nos anos 1960) iria desafiar todo o conceito de casamento.

CULT – Você terminou recentemente um relacionamento de 15 anos com sua parceira Alison Maddex. Vocês foram casadas formalmente?

Camille – Na realidade, nós terminamos há um ano e meio, mas a notícia surgiu na mídia somente agora. Não, nós não fomos casadas. Um dos pontos altos do nosso relacionamento foi a repercussão na mídia de nossa visita ao Brasil em 1996. Nós amamos os brasileiros. Na verdade, o mais importante relacionamento da Alison, antes do nosso, foi com uma brasileira.

CULT – Como você avalia a possibilidade de um relacionamento amoroso de longa duração entre duas mulheres?

Camille – Para ser franca, sou pessimista quanto a eles do ponto de vista erótico. As lésbicas formam laços de lealdade muito profundos – compromissos vitalícios que têm sido observados desde o famoso caso das “senhoritas de Llangollen”, que aconteceu há dois séculos no País de Gales. Mas sou cética sobre quanto “fervor” sexual ainda pode haver entre duas mulheres depois de dez ou 20 anos. Existem, entre escritores gays, casos muito famosos de casais de homens que ficaram juntos por toda a vida — W.H. Auden, Allen Ginsberg, Gore Vidal. Mas eles jamais exigiram de seus parceiros a exclusividade sexual. Ambos os amantes tinham divertidas aventuras alhures com jovens atraentes. Isso não parece possível com as lésbicas. A aventura externa acaba representando uma traição do laço emocional. Eu mesma fui, de modo entediante, monogâmica em minha conduta. Olhando em retrospecto (dado o número de assédios que recebi tanto de homens quanto de mulheres nos últimos 20 anos), acho que foi um erro!

CULT – Você e Alison têm um filho. O que pensa sobre a adoção e a criação de crianças por casais gays?

Camille – Meu filho, que adotei legalmente depois que nasceu, sete anos atrás, é filho biológico de Alison e está sendo criado por nós duas de modo amigável. Usamos uma clínica de fertilidade da Filadélfia e um banco de esperma da Califórnia para escolher um doador anônimo. Tivemos a sorte de a adoção gay ser permitida no estado da Pensilvânia – o que não ocorre em algumas partes dos Estados Unidos. Não gosto da ideia de “duas mamães” ou de “dois papais” para os filhos de casais gays. Acho que isso pesa muito sobre a criança na forma de aborrecimentos desnecessários durante a adolescência. Meu filho tem apenas uma mãe – Alison – e é por isso que ele tem o sobrenome dela. Não gosto dos nomes longos nem das combinações hifenizadas construídas por muitos pais gays. Essas são estratégias desenvolvidas para proteger o amor-próprio de adultos, e não o bem da criança. De forma geral, a criação de uma criança por um casal gay é um enorme experimento social tornado possível por um clima liberal na cultura ocidental. Tenho muita esperança de que os resultados gerais serão positivos – mas a essa altura ninguém pode ter certeza.

CULT – Em recente entrevista a uma emissora de televisão de Toronto, você declarou que estava “loucamente apaixonada” por Daniela Mercury, que você conheceu no último carnaval de Salvador. Alguns sites brasileiros especularam que vocês estavam tendo um caso amoroso. Como é a sua relação com ela?

Camille – Tendo Vênus por minha testemunha, afirmo ser uma simples devota no culto a Daniela, que tem inúmeros seguidores ao redor do mundo. Tudo começou há um ano, muito antes de conhecê-la pessoalmente, quando fui presenteada com um pacote com seus DVDs depois de uma palestra que proferi em Salvador. Eu estava absolutamente eletrizada pelo brilho artístico de Daniela e me tornei uma estudiosa de seu trabalho, sobre o qual escrevi no site Salon.com. Depois de anos de desilusão com o declínio da qualidade dos filmes de Hollywood e da música popular nos Estados Unidos, fiquei estonteada com o samba-reggae da Bahia, que Daniela reinterpretou de forma explosiva. Além disso, Daniela era a encarnação viva de muitas de minhas ideias — como as desenvolvidas em Personas sexuais, que ela representa em seus maravilhosos figurinos teatrais e coreografias.

Quando conheci Daniela no carnaval, fiquei encantada pelo seu calor despretensioso e humano. Mas esse também foi um momento de grande revelação, porque nunca na minha vida eu tinha conhecido alguém, homem ou mulher, em quem tivesse reconhecido uma corajosa imaginação sincrética como a minha. Talvez seja por nossa ascendência italiana! O barroco Bernini floresce em Daniela. Além disso, Daniela casou-se com um homem que eu adoro. Desde o momento em que conheci Marco Scabia na casa de Daniela, fiquei profundamente impressionada com ele, como pessoa e como pensador. Ele é tão bonito espiritualmente quanto fisicamente. Toda foto tirada de Daniela e Marco juntos resplandece com a luz da química mútua que eles têm. Eles merecem toda a felicidade na vida!

CULT – Vampes e vadias finalmente está sendo publicado na França. É seu primeiro livro publicado naquele país. Você acredita que a sua crítica ao pós-estruturalismo francês pode ter contribuído para o eventual desafeto encontrado por sua obra ali? O que mudou?

Camille – Duvido que tenha sido minha campanha militante contra Jacques Derrida, Jacques Lacan e Michel Foucault o que causou esse atraso, pois esses autores já estavam obsoletos na França na época em que os professores norte-americanos os promoviam servilmente. Foi pelo fato de eu ter absorvido tanto as ideias francesas desde a minha infância (meu pai ensinava francês) que os franceses não precisavam de mim. Fiquei famosa por atacar o puritanismo anglo-americano no feminismo e na academia. Eu estava simplesmente pondo em prática as lições que aprendi de Sade, Gautier e Balzac, assim como de Jeanne Moreau e de Catherine Deneuve! As feministas francesas eram muito chiques e nunca atacaram a arte ou a indústria da moda, como fizeram as feministas anglo-americanas. Mas algo estranho pode estar acontecendo na França; por exemplo, um documentário francês sobre pornografia para o qual fui entrevistada há vários anos teve seu lançamento proibido em um julgamento. Assim, o meu trabalho, com sua defesa da liberdade de expressão e da fantasia sexual, pode parecer especialmente relevante neste momento.

CULT – Você está trabalhando em algum novo projeto neste momento?

Camille – Estou escrevendo um novo livro na linha de Break, blow, burn. É sobre a história das artes visuais e também visa o grande público.

sábado, 25 de junho de 2011

RESPOSTA; MORREU!!!

"Tudo passa e modifica, só o amor na danada é que fica."
Filósofo e profeta Aelindô



Animax Morre. Sony Spin é o sucessor.

Fãs de anime do Brasil, o inevitável finalmente aconteceu. O animax está morto. Depois de um ano agonizando, com uma progamação gradativamente menos anime, e mais lixo americano, o animax finalmente recebe o golpe de misericórdia.

Mas o que isso representa? O que era o Animax mesmo? Isso é grave?

Bem galera, uma pergunta de cada vez. Pra começar um pouquinho de história.

O Animax é um canal criado em 1998 no Japão exclusivamente para a veiculação de animes. Se era animação japonesa, então haveria chance de ser exibido no canal.

O canal só veio ao brasil no ano de 2005 e rapaz, esse foi um ótimo período para chegar no país. Nessa época, os fãs brasileiros de anime estavam realmente passando por uma seca dos diabos. Com a agonização do bloco toonami do cartoon network e a falta de animes decentes em TV aberta, só restava aos otakus brasileiros duas opções: baixar animes legendados ou comprar dvds alternativos. No mesmo período, no japão estavam bombando animes de sucesso como: Bleach, Naruto, One Piece e Death Note. Os fãs brasileiros só podiam ficar chupando o dedo.

Então, no mês de maio de 2005, animax estréia em terras brasilis. Substituindo o antigo locomotion (que ironicamente no passado veiculou animes de sucesso como Cowboy Bebop e Evangelion), o animax estreou com uma progamação de peso: Fullmetal Alchemist, Getbackers, Soul Hunter, Prince of Tennis, Hunter vs. Hunter, Vandread, Hellsing e Shin Chan foram alguns dos animes que faziam parte da programação inicial do canal, e detalhe, todos eles eram dublados em português. Foi a boia salva vidas que os otakus brasileiros estavam esperando.

No começo, essa boia só chegou a uma parcela restrita de otakus. Já que o animax era do grupo HBO, só as operadoras que possuíam canais da HBO receberam o Animax. Nesse ano de 2005 somente quem disponibilizava o canal eram: TVA, DIRECTV, WAY TV, TV CIDADE, TCM MOSSORÓ.

Apesar de um começo decente, o canal tinha problemas. Muitos dubladores dublavam diversos animes, o que passou a soar meio repetitivo, Fábio Lucindo que o diga, por ser um ótimo dublador, ele acabou aparecendo como uma dúzia de protagonistas no Animax. Outro problema, este mais de fato um “Problema”, era a falta de animes de renome, por exemplo, em 2006 o cartoon network adquiriu os direitos de naruto, o que foi um golpe forte no animax, afinal de contas, Naruto era somente um dos animes mais esperados. Bem, o canal não tinha um alcance tão forte que nem o cartoon, então os fãs não ligaram muito e nem reclamaram!!!… Mentira… o cartoon fez com Naruto o mesmo que fez com One Piece, ou seja, comprou uma versão editada nos Estados Unidos, e chamar esses edits americanos de porcos é pouco. Os fãs lamentaram sim que Naruto não veio sem cortes pro Animax. Sim, o Animax também presava por apresentar animes na versão mais fiel possível.

Com pontos ruins, e pontos bons, o canal acabou prosperando e em 2008 conheceu o seu auge. No ano de 2008 a HBO começou a ser exibida na net. O que isso quer dizer? O canal começou a chegar a mais telespectadores e começou a crescer. Nessa época animes novos começaram a chegar e a maior aquisição desse período foi o mega popular BLEACH. Simmmm, finalmente um dos meus animes favoritos chegava ao brasil, dos 3 medalhões japoneses, só um não era exibido no Brasil, o One Piece. Bleach por si só já foi espetacular como estreia, porém outro anime f*dido estreou também, EVANGELION!!!!!!!! Tudo apontava para um futuro brilhante pro animax. Eu mesmo já sonhava com, Cowboy Bebop, Death Note, Beck, One Piece, GTO e mais uma dúzia de outros animes de qualidade, inclusive esperando que o canal adquirisse animes antigos como YuYu Hakusho. A estréia de Death Note só veio trazer mais esperanças (além de me fazer jorrar sangue pelo nariz), e nem vou te falar o que eu senti quando o Fodástico Samurai X reapareceu na tv depois de longos anos.

Mas nem tudo foi maravilha nessa época, pois apesar de ser o auge, o fim começava a se desenhar também. Ao passo que os animes novos chegavam, uma leve ocidentalização do canal começou, uma ocidentalização que no futuro tomaria o canal como um câncer. Em 2008 de ocidental passava filmes enlatados americanos, clipes americanos (inclusive do infame rapper nerd MC FRONTALOT), e programas de auditório gringos como Distraction. Era o começo do fim…

Aos poucos, o auge passou e a descaracterização radical do canal começou à todo vapor. Primeiro, o canal deixou de ser direcionado a otakus e passou a focar nerds em geral. E isso tem diferença? Sim, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Nerd não é necessariamente otaku e enfiar na nossa goela aquele tosco do mc frontalot (o “MCNERD”) a cada maldito intervalo mostrou muito bem qual era a intenção dos chefões que controlavam o canal. Segundo, otaku que é otaku, nem a pau misturaria cultura japonesa, com programas americanso, NO FUCKING WAY. Anime é sagrado para um otaku e ao misturar tudo, o canal já dava sinais que ia mudar… e pra pior.

Depois de pesquisar, descobri que essa ocidentalização, foi algo exigido pela sony e não só pro ANIMAX do Brasil, mas pra diversos ANIMAX ao redor do mundo. O Animax Portugal por exemplo, que era até mesmo visto com inveja por nós brasileiros, teve sua quantidade de animes reduzidas e foi obrigada a exibir Live-Actions gringos.

A ocidentalização do Animax Brasil atingiu seu auge no ano passado, quando a sony anunciou que os animes só seriam exibidos de madrugada. Pra mim esse foi o fim, o que viria dali em diante seria só humilhação, meses no qual eu nem mesmo parava pra ver o que passava no canal, pulava direto pro SYFY. Após meses dessa agonia bisonha , exibindo essa progamação LIXO americana, o animax finalmente vai ser posto pra dormir pela maldita sony. E mais uma vez, a maldição do fã brasileiro de anime parece que se concretiza. Só que desta vez não estamos sós. A Sony oficializou o fim do canal Animax não só no Brasil mas também em Portugal, Espanha e África do Sul. É uma grande perda para os fãs ocidentais de anime.

No brasil o animax virará o SONY SPIN (nem vai ser um canal sony de segunda linha, nãooooo), em outros países outros canais foram criados para substituir o animax (portugal por exemplo o canal novo chama-se AxN Black, bem mais macho que Sony Spin).

Lamentar é o que resta. E refletir. Será o declínio do anime no ocidente? Ou somente a velha incompreensão dos executivos ocidentais para com essa forma de mídia. Porém isso é assunto de outro tópico. Agora é correr atrás de formas alternativas de ver nossos animes favoritos e depois essa galera de terno reclama da pirataria.

harrysickboy

"ARTE" NA RUA #45

Lembrei-me de Jigoku Shoujo (地獄少女).
É... Hell Girl.
Conheci no canal Animax (existe ainda?!).



“Where there is no imagination there is no horror.”
Sir Arthur Conan Doyle



"Pobre sombra perdida na escuridão por ferir e desprezar os outros.
Sua alma maculada afoga-se na culpa... Quer saber, como é a morte?"

Hell Girl

CURTA ZERO HORA #7

sexta-feira, 24 de junho de 2011

RECORTES DE UM OLHAR EM P&B #1

No centro de Santo André existe algumas ruas perdidas no tempo-espaço.
Devem existir inumeras delas nesse mundão perdido de meu Deus.
Este é foi meu olhar naquele instante.







"ARTE" NA RUA #44



Histórias e lendas de um colega pescador...

Depois que me aposentei, não aguento ficar em casa.
Prefiro, para passar meu tempo, fazer aquilo que eu mais gosto!
Pescar…

Comprei um pequeno barco de pesca.
Tentei várias vezes levar minha esposa comigo.
Ela não gosta nada de pescarias.

Finalmente um dia conheci Lucinha na lojinha de pesca do meu bairro.
Ela é responsável pela loja e também adora pescar.
Em função das nossas afinidades sobre pesca acabou surgindo uma grande amizade.

Como eu disse, minha esposa detesta pescaria.
Ela se recusa a participar conosco das pescarias.
Também reclama que eu gasto muito tempo pescando.

Algumas semanas atrás, Lucinha e eu tivemos uma das nossas melhores pescarias.
Eu pesquei um belíssimo tucunaré, como nunca tinha visto.
E alguns minutos mais tarde Lucinha pescou um igualzinho!

Então eu tirei uma foto de Lucinha segurando os dois tucunarés que pescamos.
Alegrement mostrei a foto para minha esposa.
Pensei que ela vendo a foto passasse a se interessar pelas minhas pescarias.

Ela não só não gostou como me proibiu de voltar a pescar.
Disse também para que eu vendesse meu barco!
Acho que ela não gosta de me ver me divertindo!

Perguntas que se fazem necessárias agora:
O que o mancebo deve fazer?
Falar para esposa parar e esquecer tudo isso e continuar com as pescarias?
Vender o barco como ela insiste?

P.S. Abaixo, foto da Lucinha com os dois tucunarés…

quinta-feira, 23 de junho de 2011

OS MUROS GRITAM 4.

"ARTE" NA RUA #43

Garras afiadas e sempre alertas para o perigo.



Na ZABEKA de quem cria e imagina maldade em tudo.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

LOCAL #14

Ao primeiro miado: Fuja!!!



A saber:

Ao contrário do que acreditam muitos o Churrasco Grego não é invenção dos Gregos, embora estes tenham inventado praticamente todas as outras coisas, como o teatro, a filosofia, a geometria, a alavanca, o bacanal, a viadagem e o microondas.

O churrasco grego tradicional é feito a base de carne felina de gatinhos cuidadosamente selecionados, um pão francês amanhecido e a deliciosa e sempre fresquinha salada de xepa. O acompanhamento é feito com um suco, que vem inteiramente de grátis quando da compra do lanche.

Dúvidas comuns

É seguro o consumo de churrasco grego?
Sim. O lanche grego é um dos alimentos mais seguros para a alimentação humana, pois ele possui a capacidade de gerar anticorpos.

É verdade que o churrasco grego deve sempre ser servido com suco gratis?
Sim. Pela lei 666/666, o suco gratis passou a fazer parte, oficialmente do lanche grego. Se o churrasqueiro, por acaso quiser vender o lanche sem salada ou sem suco, voce deve reclamar para o Procon. O fato de estipular suco gratis, da a entender que o lanche grego deve ser acompanhado opcionalmente de suco, mas agora é lei.

É verdade que pessoas de ascendencia oriental podem morrer ao ingerir lanche grego?
Não. Isso é completamente falso, os povos orientais estão habituados à ingerir todo tipo de organismo vivo, não vivo e também aqueles que não se podem classificar.

É verdade que há achados arqueológicos que mostram que os índios já comiam churrasco grego?
Sim, há estudos que mostram que não só as populações indígenas, mas também os povos andinos, os mouros, os elfos e os oompa loompas consumiam cada qual uma variedade de churrasco grego adaptada à sua realidade local. Os egípcios se destacam por confeccionarem churrascos gregos feitos com o pâncreas de virgens sacrificadas e já oferecerem o famoso suco grátis.

É verdade que Oswaldo Cruz inventou a vacina contra febre amarela com o uso do churrasco grego?
Sim. Isso é verdade. Ate hoje, os cientistas tentam entender as capacidades imunologicas deste lanche dito milagroso. O que acontece é que o lanche grego possui um alto indice de bacterias nocivas e assasinas. Porem, o calor da maquina de lanche mata e enfraquece as bacterias. Assim sendo, ao ingerir este lanche, consegue-se um efeito “vacinante”

É verdade que o McDonalds roubou a ideia brasileira e decidiu lançar um lanche parecido com o churrasco grego?
Sim, infelizmente é verdade. Mas graças as leis internacionais de propriedade intelectual, o Churrasco grego é uma marca legitimamente brasileira, nao podendo ser registrada pelo McDonalds. A corporação decidiu-se por lançar o Mc Greek Barbecue, porem nao deu certo devido a 3 problemas: primeiro, higiene na fabricacao, o que retira aquele sabor caracteristico; segundo, ausencia do suco gratis; terceiro e mais grave, o carissimo preco de R$ 2,00.

DICAS DUCAS





"ARTE" NA RUA #42

O verdadeiro mago É, e isso lhe basta como VERDADE.

terça-feira, 21 de junho de 2011

MINHA NOVA PAIXÃO: F... ops YUCK!!!



Revisitando sons que EU adoro tanto.
A banda residente em Londres, tem músicos de Nova Jersey e Hiroshima,
se formou em 2009, mas só lançou seu primeiro disco (que leva o nome da banda) este ano. Foi o suficiente para a banda ser aclamada como um injeção de renovação no indie e conquistar todos SONHADORES.







Não esquecendo da japa-girl MARABIÔSSSSSA Mariko Doi que toca baixo.
Ela vem de uma cidade pacata na costa do distrito de Hiroshima no Japão,
mas mora no Reino Unido faz sete anos. Se mudou pra lá pra viver de música,
porque achava o Japão sufocante, e preferiu a informalidade da cena de Londres.



Ela tocava no Levelload e entrou no Yuck quando ouviu falar do cabelo black do baterista Jonny Rogoff. Também tem uma outra banda chamada Parakeet. E eles são muito bons também.



Quando a Mariko não está tocando, ela gosta de tricotar e ler clássicos.
Ela também cuida de uma roseira, além de fazer uma torta de maçã firmeza.
Ela ainda diz que “o amor japonês é tão profundo quando o Oceano Pacífico”,
o que soa bem intenso.

"ARTE" NA RUA #41

Deixe as correntes livres, leves, soltas.



Habilidades de luta

Ele manipula as Correntes de Andrômeda em diversas situações. Possui um dos maiores cosmos entre os Cavaleiros de Atena, o que o faz capaz de lutar mesmo sem a corrente. A Corrente de Andrômeda se auto-restaura quando danificada. A corrente com ponta circular na mão esquerda serve para defesa e a corrente com ponta triangular na mão direita, para ataque.Essa característica fica mais evidente quando seu cosmo se eleva.Ela é pronunciada como corrente quadrada.

Corrente de Andrômeda (Nebula Chain): As correntes de Shun, sob seu comando, avançam para cima de sua vítima de uma maneira veloz e objetiva, visando acertá-lo por algum ângulo. Possuem a finalidade de danificar o inimigo, seja perfurando sua armadura com a alta pressão exercida sobre o ponto atingindo ou então apenas causando-lhe danos de impacto com a colisão das extremidades da corrente com o corpo da vítima. Na batalha contra o Cisne Negro, o golpe foi traduzido como Corrente Nebulosa Ataque.

Onda Relâmpago (Thunder Wave): Esta técnica pode ser considerada uma evolução do ataque "Corrente de Andrômeda". No ataque, a corrente triangular, específica para o ataque, muito mais veloz e poderosa, parte para cima da vítima percorrendo uma trajetória de zigue-zague, simulando o trajeto de relâmpago, o que permite atingir o inimigo por vários lados e ângulos em um único golpe. Como resultado, a corrente possui maior intensidade para perfurar e destruir as armaduras, além de descarregar cargas elétricas de 10.000V ao contato com o corpo da vítima. Simultaneamente, a corrente de ponta circular fica inativa, preparada para proteger o corpo de Shun a qualquer instante. A Onda Relâmpago é utilizada em casos que seu portador se encontra em maior perigo, onde as correntes atingem o ápice de sua função. Segundo Shun,este ataque encontra o inimigo mesmo que ele esteja a milhares de anos-luz. Na batalha contra a ilusão de Gemeos, na Saga das Doze Casas, foi demonstrado o poder da corrente, de encontrar o inimigo onde ele estiver, a corrente penetrou na ilusão e acertou Saga, que estava na sala do mestre, o golpe foi traduzido como Onda Trovão nessa batalha.

Defesa Circular (Rolling Defense): Utilizando-se de sua corrente de ponta circular, Shun cria uma defesa em torno de seu corpo, onde essa mesma corrente começa a girar em volta de si, cada vez mais rápida e forte, asemelhando-se no final a uma verdadeira parede de aço, devido ao tamanho grau de defesa proporcionado pela técnica. Além da defesa propriamente dita, a Defesa Circular ainda tem a capacidade de repelir certos ataques recebidos como fez com as "Rosas Diabolicas Reais" de Afrodite de Peixes. É importante ressaltar ainda que depois de receber um certo golpe uma vez, a Defesa Circular cria uma defesa perfeita para o golpe recebido, como dito por Shun na luta com Io de Scylla. Ao mesmo tempo, a corrente de ponta triangular fica à espera do primeiro comando de seu portador para atacar. Na saga de Poseidon, Shun demonstra o poder de defesa perfeita da corrente, ao criar defesas impenetráveis contra as bestas de Io de Scylla, as variações são:

Teia de Aranha de Andrômeda (Spider Net): Golpe criado pela corrente para deter o ataque Ferrão da Abelha Rainha, golpe de Io de Scylla, onde a Corrente se transforma em uma imensa teia de Aranha, Evitando o Golpe de Io com extrema eficiência. Ele também usou este ataque na batalha contra Érigor no filme: Os Guerreiros do Armageddon: A Batalha Final.

Rede de Andrômeda (Casting Net): Golpe Criado pela corrente para deter o ataque Águia Poderosa, outro golpe de Io de Scylla, Utilizando suas correntes, Shun transforma a corrente em forma de circulo em uma imensa rede barrando o ataque Águia poderosa.

Espiral de Andrômeda (Espiral Duct): Golpe criado pela para deter o ataque Serpente Assassina, Outro golpe de Io de Scylla, Utilizando suas Correntes Shun envolve a Serpente e libera energia fazendo com que a serpente seja destruída.

Boomerang de Andrômeda (Boomerang Shoot): Golpe criado pela corrente para deter o Ataque Vampiro, Mais um golpe do Io de Scylla, A corrente faz movimentos Circulares traçando uma rota no estilo de um bomerang atingindo indiretamente os Morcegos evitando mais um golpe de Io.

Armadilha de Andrômeda (Wild Trap): Golpe Criado pela corrente para deter o ataque Fúria do Lobo, mais um golpe de Io de Scylla, A corrente se espalha pelo chão formando uma grande armadilha, capturando o Lobo criado pelo golpe de Io.

Grande Captura de Andrômeda (Great Capture): Golpe Criado pela corrente para deter o ataque Urso Infernal, ultima besta usada pelo Io de Scylla, A corrente Envolve o Urso e Apertar ao Maximo, destruindo todas as Escamas de Io e detendo o Seu Golpe. Também foi usado para deter Kasa de Lymnades e o cão Cérbero na saga de Hades (quebrando seus ossos e enforcando-o).
Na versão Gota-Mágica, seu golpe não tinha nome, apenas como pegue-o corrente.

Corrente Nebulosa (Nebula Stream): Pode-se dizer que esta técnica é um estágio que precede a Tempestade Nebulosa. Ela consiste em Shun expelir de seu corpo jatos de ar que vão diretamente até o oponente, paralisando o seu corpo. É uma forma criada por Shun para que o inimigo desista da batalha sem que o pior lhe ocorra. Um movimento suspeito por parte da vítima, por menor que seja, e a verdadeira tempestade explode. Foi utilizada na batalha contra Afrodite de Peixes e Shido de Mizar.

Tempestade Nebulosa (Nebula Storm): A técnica mais poderosa de Shun, cuja realização, ironicamente, se faz sem o auxílio das correntes. O golpe se faz através de potentes jatos de ar expelidos pelo corpo do Andrômeda que formam uma verdadeira tempestade de ventos, levando a vítima para o alto e fornecendo-lhe os piores danos de impacto. Há também os danos de queda que o oponente recebe ao colidir-se violentamente contra o chão. A Tempestade Nebulosa pode ser realizada de 2 formas diferentes: na primeira, Shun faz um ataque mais generalizado, espalhando os jatos de ar por toda a área; na segunda, Shun canaliza todo o poder da tempestade em um ponto, aumentando assim os efeitos de seu golpe. Esse golpe foi utilizado na batalha em Asgard contra o guerreiro deus Shido de Mizar com toda a suas forças contra o golpe Infinito Azul de Shido, foi usado também contra Afrodite o Cavaleiro de Peixes na Batalha das Doze Casas, o golpe foi aplicado momentos antes de sua morte quando foi atingido pela "Rosa Branca de Afrodite" que drenava o sangue do coração e também foi usado contra Saga o Cavaleiro de Gêmeos na ultima das batalhas do Santuário, quando Athena o trouxe de volta a vida e ele lutou junto dos outros quatro cavaleiros de bronze!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

TWIN "PICLES"

Eita coisa boa que era assistir questa mierda na tv.



Só ruminava na morte da danada da bezerra. E morreu?!



Produção de moda brincando com os personagens.
Forcem a memória sem cagar nas calças.


Laura Palmer


Lucy Moran e The Log Lady



James Hurley, Maddy Ferguson e Donna Hayward



Jerry Horne e Audrey Horne



Nadine Hurley e Dr. Jacoby



Bobby Briggs, Leo Johnson e Shelly Johnson



BOB

Imagina assistir degustando algo FERGALICIOUS... hein velhinho?!



PS: Receita de Picles Caseiro

Ingredientes:

*Conteúdos para um vaso de 5 litros
(misturar os ingredientes de acordo com o espaço do recipiente)

*Cenouras

*Repoulho

*Salsão

*Nabos

*Couve-flor

*4 dentes de alho

*2 xícaras de chá de sal

*3 xícaras de chá de vinagre

*Água

Modo de Preparo:

1. Lave os legumes e corte os em pedaços médios, inclusive os dentes de alho

2.Misture-os e coloque-os no vaso de 5 litros arrumados de uma maneira que cubra todo o espaço dentro do vaso

3.Despeje as 2 xícaras de sal por cima

4.Despeje as 3 xícaras de vinagre

5.Complete o vaso com água ate o gargalo

6.Feche e mantenha-o num lugar fresco sem contanto com o sol por duas semanas

7.Após estas duas semanas o picles caseiro está pronto para ser degustado

8.Sugestão: O melhor período para se fazer o picles caseiro é no inverno

9.Retire sempre o picles do vaso com uma colher limpa e longa tentando não ter contato as mãos com o suco do picles para não criar bolor

10.Ao servir regue o picles caseiro com azeite