PORNÔ APOCALÍPTICO

Finalmente Final Flesh Está Aqui

Vernon Chatman, o cara responsável por um malfadado e maravilhoso programa de comédia chamado Wonder Showzen, que passou nos EUA na MTV2 e provavelmente você nunca assistiu, está lançando um DVD esse mês. Chama-se Final Flesh e é o seguinte: ele encontrou uma produtora de filmes pornôs, que usa o seu estábulo de fodedores profissionais para transformar qualquer roteiro que você envie para eles em um filme explícito. Eles falam, em alto e bom som, qualquer coisa que você escreva. Então foi isso que Vernon fez: mandou para a produtora alguns roteiros, e como ele é o que um policial perseguindo um assassino em série num filme chamaria de “pervertido filho da puta”, os filmes são pervertidos e filhos da puta. Eles também são muito engraçados. E assustadores.



A série de curtas Final Flesh (são quatro no total) se passa num mundo pós-apocalíptico, onde atores adultos desnorteados dizem charadas obscuras um pro outro. Não faço a mínima ideia do que as pessoas vão achar dos filmes. Imagino Final Flesh sendo projetado em uma sala enorme, dividida em dois grupos: o dos que são a favor e o dos que são contra.

Bom, o grupo dos contra poderia argumentar que essa parada explora os atores pornô mais do que um gangbang anal, porque eles são obrigados a atuar, e não são bons, o que é talvez até psicologicamente mais revelador para eles do que terem seus orifici (esse é um novo plural para “orifício” que acabei de inventar) iluminados por megawatts de luzes de filmagem. Mas isso é uma tremenda babaquice, já que todos os atores parecem estar se divertindo muito, gratos por um dia sem sexo. Tem nudez em Final Flesh, sem dúvida, mas não tem sexo. Tem um pau duro. Tem uma vagina sendo masturbada por um lápis. Tem uma mulher dando de mamar para um bife. Tem uma mulher cagando um muffin. Tem ketchup jogado em uma concha. Mas não tem sexo.



Mas aí o outro grupo da sala diz algo do tipo: “É, bom, tem tanto pornô hoje em dia que é baseado em humilhação, e são sempre todos muito falsos, mas nesse aqui a humi-lhação é mais verdadeira. Eles não podem se esconder atrás de seus pênis e vaginas. Eles têm que ser muito mais como são de verdade enquanto tentam recitar essas falas do que quando estão sendo filmados fodendo com estranhos”. Sobre isso eu digo: “Babaquice”.

Final Flesh desafia descrições. É uma das coisas mais estranhas que eu já vi. Eu ia fazer umas legendinhas para cada imagem da matéria, mas sabe o quê? Eu desisto. Olha essa porra, e tenta me dizer honestamente que você não quer assistir, então vá até uma loja virtual e compre. Porque o selo Drag City acabou de lançar Final Flesh em DVD. É isso aí. Esse mês Final Flesh. Em DVD. Compre.

JOHN BLOUGH