quarta-feira, 24 de agosto de 2011

HEI GAROTOS DO BURACO NEGRO.



Para os da antiga que:
tinham como estandarte o lp Grito Suburbano;
frequentavam a loja do Fábio (Olho Seco) Punk Rock Discos na Galeria;
destruiam as ruas (morros) com seus carrinhos de rolimã;
usavam jaquetas de "napa" cheias de rebite e botons e coturnos pesados;
sonhavam e sonham em mudar esta MIERDA.
Para os outros... FODAM-SE!!! rsrsrsrsrs.

ELE MESMO FAZ
Por Felipe de Souza / Fotos: Mauricio Capellari
Revista Void



Se o tal do Do it Yourself precisasse de um embaixador em terras brasileiras, Edson “Redson” Pozzi seria um bom candidato ao cargo. Há trinta anos ele está à frente do Cólera, umas das bandas seminais da cena independente nacional, toca o selo Ataque Frontal e, no começo de tudo, chegou a fabricar as próprias caixas e mesas de som. Como se já não bastasse o pioneirismo na parte musical, ele e seus comparsas foram os primeiros punks brazucas a atravessarem o oceano para uma tour européia que durou cinco meses e contabilizou 56 shows.
Gente finíssima, Redson nos concedeu entrevista um dia antes de mais uma apresentação da tour de comemoração de três décadas do Cólera. Seja bem-vindo à roda punk.

Void: Essa tour de 30 anos começou onde?
Redson: Começou em 2009 em Manaus.

Void: Caralho! E junta gente em Manaus para um show de hardcore/punkrock?
Redson: Sim, cara. Deu 2 mil pessoas na apresentação que fizemos por lá. Também fomos para Belém e foi legal conhecer a cena local… Bandas como Licor de Chorume, Delinquentes, Dercy Gonçalves. Fizemos também Vila Velha, Vitória da Conquista, que fica na serra da Bahia, Rio de Janeiro, Piracicaba, Sorocaba e várias cidades do interior de São Paulo. Na capital paulista, fizemos três eventos para marcar os 30 anos. Um foi no Espaço Impróprio. Fizemos outra apresentação no Hangar 110, desta vez gravando um DVD e rolou um show de graça no CCJ, que é o Centro de Cultura Jovem que fica na Zona Norte da cidade.

Void: Nesses trinta anos você acha que o punk ainda é uma ruptura, ainda consegue ser uma cultura que fuja do moedor de carne da grande indústria?
Redson: É uma situação interessante porque no início o punk não só era uma coisa extremamente explosiva e chocante que quebrava todas as regras, porque tínhamos um grande inimigo que era a Ditadura Militar e esse inimigo não deixava a gente fazer música, nem falar o que queríamos. Com o passar do tempo houve uma grande conquista, conseguimos ter uma cena nacional que no início só se concentrava em São Paulo e no Rio. Temos uma quantidade gigantesca de provas do Faça Você Mesmo dando bons resultados… Então eu diria que o punk era um adolescente rebelde com causa e hoje ele está adulto com o mesmo espírito, com a mesma vibração. Eu acho que a gente não tem como viver totalmente livre do sistema, mas você pode inventar meios alternativos e viver de uma maneira mais honesta e digna.

Void: E naqueles primórdios do punk em São Paulo, você chegou a freqüentar aqueles picos tradicionais como as Grandes Galerias, a estação São Bento e a loja Wop Bop?
Redson: Sim! Nós tínhamos nossa gravadora, a Ataque Frontal, no prédio vizinho à Wop Bop. O pessoal de lá era muito amigo da gente e, além de comprar o material que nós vendíamos, nós construímos uma amizade grande. A Wop Bop era um ponto de referência para nós, era uma loja onde conseguíamos os discos de bandas inglesas e até algumas coisas de pós-punk.



Void: E você circulava lá pela Vila Carolina (1) também?
Redson: Não. Eu era do Capão Redondo, que é 40 km para o lado oposto. E no início o pessoal da Carolina era mais pela treta, não era tão musical. E eu estava no negócio pela música. Naquela época o Capão Redondo era rural, quando a gente surgiu não tinha nem roqueiro morando naquele bairro. Essa safra de bandas de hip hop que tem Racionais e outros grupos, começou no fim dos anos 80 e início dos 90, quando o Capão ficou bem no foco da mídia. Hoje lá a coisa está melhor, tem dois CEOs que são os espaços que a prefeitura proporciona, tem o Ferrez que se tornou um escritor famoso… Então o bairro foi se transformando em uma referência de contracultura. E o legal é que mantivemos o valor do lugar. Como na Carolina já havia uma cena de umas cem pessoas que circulavam por lá, seria mais fácil eu ir pra lá e me juntar com eles, mas aí a cena do meu bairro iria ficar abandonada.

Void: E como era aquela história de improvisar uma bateria com uma poltrona?
Redson: Eu sou autodidata e quando a gente montou o Cólera eu já havia aprendido a falar inglês sozinho e a tocar bateria sozinho também. Como morávamos num kitnete e não podia tocar bateria, eu treinava numa poltrona. Fazia os braços da poltrona de tom tom (risos). Aí quando começou o Cólera a gente tinha que ensaiar com violão e bateria de poltrona. Ficamos um mês inteiro assim.

Void: E depois para ir para uma bateria de verdade, como foi?
Redson: Deu certo! O estágio na poltrona funcionou (risos). É uma boa dica que deixo pra quem mora em apartamento: treine na poltrona!

Void: E a gravação do Sub (2)? Você tem lembranças de como rolou? Tiveram muitas histórias engraçadas?
Redson: Nossa primeira gravação oficial foi nos Estúdios Vermelhos, que na realidade funcionava dentro do meu quarto. Ali gravamos o K7 junto com os Ratos de Porão, com o Jão no vocal. Aí vi que eu levava jeito para lidar com som. Quando fomos gravar o Grito Suburbano, o Fabião (3) me chamou por isso, por eu já ter uma certa vivência, aí produzi aquele disco. Fiz a produção do Cólera e do Olho Seco. Como eu vi como era gravar em estúdio, decidi fazer o Sub, que era uma compilação com Cólera, Ratos de Porão e Psykóze. Uma história interessante foi que a gente na época conseguiu emprestado um baixo Fender e uma guitarra Gibson. Mas éramos tão sem experiência que gravamos com esses instrumentos, mas não sabíamos afinar. Aí a guitarra ficava num tom e o baixo em outro e só fomos descobrir isso na hora de mixar, porque o som estava muito estranho. Aí ficou daquele jeito.

Void: E as letras? Se você for ver de Agitação, revolução e destruição para Pela Paz em Todo Mundo tem um pulo gigante né?
Redson: Essa letra era do Helinho , que ficou cinco meses na banda e compôs três músicas. “Agitação, Revolução, Destruição” foi uma delas. E eu sempre falava para ele que eu não era niilista nem destrutivo (risos). Aí veio o Pela Paz em Todo Mundo, com uma série de letras positivas. Mas vira e mexe tem gente que comenta a diferença de propósito nessas duas letras.

Void: A estreia do Cólera em um disco só da banda foi com o Tente mudar o amanhã e as letras tinham uma temática que girava ao redor de Guerra Fria, crise nuclear, uns assuntos pesados. Você acha que a juventude daquela época era mais amargurada, mais sofrida?
Redson: Eu acho que não. O pessoal vive falando que na nossa época que era bom e agora a molecada está muito cabeça vazia. Eu não concordo. Naquela época éramos muito guerreiros, lutávamos contra a ditadura, tomávamos geral da polícia em toda a esquina… Mas esse fator emocional se justificava pelo estado de espírito que a gente vivia, numa época que existia essa pressão de polícia…Tínhamos essa amargura e isso era impresso nas letras. Mas não era só no Cólera. Se você ver, Lixomania, Psykóze e AI-5 também tinham músicas assim. No início, nós não éramos uma nova banda punk, fazíamos um som meio country, como se pode notar no Primeiros Sintomas. E as letras eram surrealistas, não tinha nada falando de destruir o sistema, nada disso. Mas eu vi no punk um espaço de liberdade artística em que eu poderia fazer o que eu quisesse. E com essa nossa postura a gente começou a ganhar público muito rápido, porque a maioria das bandas era segmentada. Por exemplo: todo mundo se vestia de preto e branco. Eu já cheguei usando camiseta vermelha do lado do avesso, com cadarço vermelho no coturno e depois ainda fiz um disco com capa amarela e azul. Quando começamos a armar as músicas para o Sub, foi quando conhecemos The Clash. Aí foi o pontapé inicial para começar a falar de cultura, política e sociedade.



Void: Nessa época teve uma história de uma repórter que foi fazer uma matéria, pagou ceva pra todo mundo e depois fez uma reportagem toda filha da puta…
Redson: Sim, nesse episódio eu estava. Estava lá na São Bento(4), em uma pastelaria e aí chegou essa moça da Globo sozinha, sem equipe, dizendo que queria fazer uma matéria para ouvir o que os punks tinham para dizer. Ela ficava escolhendo os mais toscos, os que estavam mais na pinga. Ela começou a pagar bebida e eu fiquei esperto, de bico seco. Aí criei um problema com a menina e ela decidiu pegar os punks mais bêbados e colocar dentro de um furgão. Levaram os caras lá para Pirituba e fizeram uma matéria toda deturpada. Isso foi em 1982 e saiu no Fantástico.

Void: E em 1986 vocês lançaram o Pela paz em todo mundo, que vendeu 85 mil cópias. Hoje em dia isso seria um disco de ouro quase…
Redson: Sim, mas não foi vendido tudo de uma vez só. Esse disco saiu bastante porque mandamos muitos exemplares para o exterior nessa época. A Ataque Frontal (5) estava com uma demanda muito grande para os Estados Unidos, Europa, América Central… Nossa cena aqui estava boa e mandávamos um pacote com 20 discos. E em 1986 fizemos uma tour nacional enorme para fazer um caixa para ir tocar na Europa em 1987. Então também conseguíamos vender nos shows.

Void: E vocês tiveram muita exposição na mídia nessa época?
Redson: Sim! Tocávamos em rádios e íamos a programas de TV. Até porque das bandas do mesmo estilo da época, o Inocentes estava meio parado, o Ratos de Porão tinha virado um lance meio trash, crossover. Então era o Cólera que fazia aquele som tipoToy Dolls, meio The Clash. O Kid Vinil tinha um programa de rádio toda as segundas-feiras e a produção dele sempre ligava para pedir que alguma banda do nosso selo fosse lá. Às vezes era até pra tapar um furo. Ligavam pra gente e diziam: “Manda o Cólera pra cá que o Ira não vai poder vir” (risos).

Void: E essa super exposição na mídia não trouxe um monte de narizes torcidos da galera mais xiita?
Redson: A gente sempre teve nariz torcido para nós. Desde a época que fazíamos aquele som country. E foram esses ventos contrários que fortaleceram a gente. Quando fomos para a grande mídia, nossas músicas tocavam na rádio 89 FM o dia inteiro, e isso sem jabá. Então o pessoal mais radical reclamava mesmo. Mas a gente tinha que escolher: ou ficava ouvindo a opinião dos outros ou tocávamos o barco para frente.



Void: E como foi essa tour louca na gringa? Em 1987 a Europa ainda nem era um bloco econômico, metade da Alemanha ainda era comunista…
Redson: Poutz, foi louco. Em 1984 um belga que comprava muito disco da gente mandou uma carta perguntando se queríamos tocar por lá. Nessa época eu tinha uns 20 anos. Imagina a nossa empolgação. Aí definimos que toda a grana que entrava na banda teria que ser guardada para essa turnê. Fomos para lá com 18 shows marcados. Quando chegamos em Bruxelas, esse cara me puxou num canto e falou: “O Brasil é muito longe e nunca pensei que vocês viriam de verdade. Na real, não tem nenhum show marcado”. Cara, imagina o desespero. Tínhamos pegado até empréstimo em banco para pagar as passagens. Mas eu não ia voltar para casa e liguei para um cara que organizava umas tours do UK Subs e do Dead Kennedys. Em dois dias ele conseguiu armar sete shows para nós. No fim, acabamos fazendo 56 apresentações por lá. Como não foi nada planejado, andávamos em zigue zague pela Europa inteira. Chegava na Dinamarca era uma moeda, na Itália era outra, outra na Noruega… A gente parecia colecionador de dinheiro (risos). Mas arregaçamos por lá. Só em Antuérpia nós tocamos sete vezes e todos os shows lotados. Mas tivemos um prejuízo gigante, chegamos no Brasil falidos e devendo seis mil dólares. E o mais engraçado é que quando voltamos, os caras que torciam o nariz para nós falavam que estávamos milionários (risos).

Void: Depois desse tempo todo na Europa, como foi voltar para a realidade brasileira?
Redson: Foi difícil, cara. Quando terminou a turnê eu ainda fiquei duas semanas em Madri. Não queria voltar para São Paulo. Na época, conhecemos muita gente da cena deles, o pessoal acabava nos hospedando em casa. Tinha um apartamento em Bruxelas que eu dividia com umas meninas… Enfim, não queria voltar. O Brasil estava um caos, inflação absurda…

Void: Mas acabou voltando…
Redson: Sim! Voltei da Europa com um projeto de rádio que se chamava Independência ou Morte, que ficou um ano na 89FM. Lembro que tínhamos que colocar umas caixas de papelão pelo chão para colocar tanta carta que chegava. Eu já tinha feito um programa de rádio lá na Bélgica, só tocando as bandas que me deram material naquele tempo todo de estrada. Depois lá me chamaram para participar de um programa sobre música Oi! e outro que era sobre futebol.

Void: Você ainda tem centenas de fitas K7 guardadas em casa?
Redson: Sim! Tenho mais de trezentas fitas. No início do punk, lá na década de 70, o vinil era muito caro. Então as K7s eram um recurso para divulgar o som. Comecei a me profissionalizar nesse lance de gravação em tape, comprei fitas em ferro e cromo que eram para fazer a matriz. Nesse tempo eu produzi uma coletânea que se chamava B.U.S (Brazilian Underground Scene), que tinha bandas como Dever de Classe, de Salvador, Atrack, de Porto Alegre… Essas fitinhas tinham uma procura gigantesca. Lembro que lá por 1986 e 1987 já tínhamos mais de 80 títulos, entre bandas nacionais e estrangeiras. E eu tenho esse material todo guardado. Tenho até o primeiro show do Cólera em Fita K7.



Void: E o lance da Ecologia dentro da banda, quando começou? Foi a partir do disco Verde, não devaste?
Redson: Na real eu tenho esse interesse desde criança. Na minha infância, o (bairro) Capão Redondo era uma área rural de São Paulo. Depois fui morar no centro e via como era horrível a poluição na cidade e ficava indignado que ninguém fazia nada a respeito. Quando chegamos da Europa, lá eles estavam em um momento ativista de ecologia, aí cheguei aqui com essa bagagem de ter visto passeatas e grafites com essa temática. Depois conheci em São Paulo o pessoal de uma ONG e fizemos vários eventos com eles. Foi aí que saiu o Verde, não devaste.

Void: Em 92 saiu o Mundo Mecânico, Mundo Eletrônico, que tinha a música “Shopping Boy”. Naquela época você já vislumbrava um futuro onde a molecada iria ficar enclausurada, consumindo, comendo e passando o tempo?
Redson: Sim! Eu lembro que quando lançaram o primeiro shopping de São Paulo, o Ibirapuera, fizeram um barulho como se estivesse pousando uma nave espacial na cidade. E para mim aquilo era muito idiota, as pessoas iam para lá para se exibir, eu me sentia mal para caralho com aquilo. Aí não via hora de escrever uma letra ironizando aquilo tudo.



Void: E hoje em dia, você vê alguma cena ou pessoa que tenha essa disposição de fazer essa mão de obra toda que vocês fizeram nesse tempo todo de carreira?
Redson: Eu faço uma palestra que se chama “Faça Você Mesmo”, que é mais ou menos como um workshop motivacional. Hoje temos pessoas no Brasil inteiro seguindo essa filosofia com sucesso. Existem eventos como o Porão do Rock, Goiânia Noise, tem o Palco do Rock na Bahia, que rola em todo o carnaval. Imagina uma cidade como Salvador, em pleno carnaval, com um palco enorme na beira da praia, com bandas de rock brasileiras e do exterior tocando de graça para a galera. Então o que eu vejo hoje é que o que sempre tive como ideal está acontecendo na prática, temos atividade cultural organizada e temos colaboração de várias pessoas. Acho que estamos em um momento legal.

NOTAS
(1) Bairro onde surgiram as primeiras aglomerações de punks em SP
(2) Primeira coletânea punk a ser lançada no Brasil. Além do Cólera, participaram Ratos de Porão e Psykoze
(3) Vocalista da banda Olho Seco e proprietário de loja de discos na Galeria do Rock, em SP.
(4) Estação de metrô onde os punks se reuniam.
(5) Selo de propriedade de Redson.



Quanto Vale A Liberdade?
Cólera
Composição: Redson

Quanto vale a liberdade?
Pra vocês ela tem um preço
Quanto vale a confiança?
Não quero esperar
Não acredito no seu dinheiro
Onde está o seu caráter
Deve estar perdido em algum beco
Horas você enlouquece
E depois quer fugir
Se refugia como um animal, como um animal
Dia após dia eu procuro ir em frente
Vê se me entende, não há razão, não há razão
Já não pode mais pensar
Olhe para tudo como está
Agora eu sei que não há preço
Mas me sinto acorrentado
Dia após dia, e não há razão, não há razão
Quanto vale a liberdade?
Quanto vale a liberdade?
Não importa, eu vou em frente
Não importa, eu vou em frente, não!

Quanto vale a liberdade?
Pra vocês ela tem um preço
Quanto vale a confiança?
Eu não quero esperar
Não acredito no seu dnheiro
Onde está o seu caráter
Deve estar perdido em algum beco
Horas você enlouquece
E depois quer fugir
Se refugia como um animal, como um animal
Dia após dia eu procuro ir em frente
Vê se me entende, não há razão, não há razão
Já não pode mais pensar
Olhe para tudo como está
Agora eu sei que não há preço
Mas me sinto acorrentado
Dia após dia, e não há razão, não há razão
Quanto vale a liberdade?
Quanto vale a liberdade?
Não importa, eu vou em frente
Não importa, eu vou em frente, não!


Dia E Noite, Noite E Dia
Cólera
Composição: Redson

Dia e noite, noite e dia (4x)
Hoje eu passei pela Praça da Paz
Mas ví conflitos e brigas
Fui na Avenida Solidariedade,
Só o egoísmo e a luxúria

E por isso estou aqui só para encontrar
Com você e com a consciência
Dia e noite, noite e dia vivo a questionar
Será que isso não pode mudar?

Vi em Chicago, o óleo a queimar
Vi indigentes e o medo
Na China Nova vi escravidão
Jovens frustados , suicídio

Você me diz acomodado que isso é normal
Mas enquanto não é com você ..

Dia e noite, noite e dia eu vivo a questionar
Será que isso não pode mudar...
Dia e noite, noite e dia eu vivo a imaginar
Será que isso não pode mudar?

Muitos ministros roubando o pais,
Muita violência nos campos
Mães matam os filhos e se matam depois
Não tem valor mais a vida

Você me diz acomodado e que isso é normal
Mas enquanto não é com você ..

Dia e noite, noite e dia eu vivo a questionar
Será que isso não pode mudar...
Dia e noite, noite e dia eu vivo a imaginar
Será que isso não pode mudar? (4x)

Dia e noite, noite e dia (4x)
Hoje eu passei pela praça da paz
Mas ví conflitos e brigas
Fui na avenida solidariedade,
Só o egoísmo e a luxuria

Vivo-lhes e estou aqui só para encontrar
Com você e com a consciência
Dia e noite, noite e dia eu vivo a questionar
Será que isso não pode mudar?

E em Chicago, o óleo a queimar
Indigentes e o medo
Nasce uma nova escravidão
Jovens Frustados , suicidas

Sei que diz acomodado e que isso é normal
Mas enquanto não é com você ..

Dia e noite, noite e dia eu vivo a questionar
Será que isso não pode mudar...
Dia e noite, noite e dia eu vivo a imaginar
Será que isso não pode mudar?

Muitos ministros roubando o pais,
Muita violência nos campos
Mães matam seu filhos e se matam depois
Não tem valor mais a vida

Sei que diz acomodado e que isso é normal
Mas enquanto não é com você ..

Dia e noite, noite e dia eu vivo a questionar
Será que isso não pode mudar...
Dia e noite, noite e dia eu vivo a imaginar
Será que isso não pode mudar? (4x)

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